domingo, 21 de abril de 2013

Gatekeeping



Em 1950, White, questionou o porquê de existir um sem fim de assuntos a noticiar, e apenas surgirem algumas notícias.

Ao efectuar um estudo baseado na actividade de um jornalista americano, concluiu que a selecção das notícias é um processo subjectivo, influenciado pelas experiências e valores do que ele chamou de “gatekeeper”.

O gatekeeper, é a pessoa ou grupo que tem o poder de filtrar a informação em zonas filtro. Neste processo de filtragem há muitas influências e a vários níveis:

·         A nível individual – influencia exercida pelo modelo de pensamento, valores e características pessoais dos intervenientes.

·         Pelas rotinas produtivas

·         A nível organizacional em três sub niveis:

o   pelas características organizacionais (recursos, hierarquias, etc)

o   pelos processos organizacionais de socialização dos jornalistas

o   pelas dinâmicas próprias que a organização noticiosa estabelece com o meio

Para o processo ser efectuado os gatekeeper’s tem ainda de lidar com os constrangimentos:

·         A fonte de informação –  a origem pode complicar na altura de escolher.

·         As audiências – por serem a meta a atingir em termos de objectivos dos MCS actuais

·         Os mercados – com propósitos exclusivamente económicos

·         As agencias de publicidade – através do uso dos espaços acabam por exercer pressão

·         O poder politico – na propaganda

·         Lobys variados

·         Relações publicas de outros MCS

Newsmaking



Newsmaking é uma teoria que se opõe á teoria do espelho, onde o jornalista era reconhecido como um mero relatador de acontecimentos. Agora ele fabrica a notícia e faz parte dela.

Nos dias de hoje, e pela facilidade com que qualquer um de nós pode pesquisar informação variada sobre os mais variados assuntos, chega-se facilmente á conclusão que temos demasiadas situações que poder ser transformadas em notícia.

Importa então ver o que realmente é notícia.

Na teoria do newsmaking, a definição do que será noticiado, entre os diversos assuntos, são os critérios de noticiabilidade.

Os critérios, segundo Galtung e Ruge (1965) sem hierarquia:


Momento do acontecimento - última hora

Intensidade - dimensão/quantidade

Clareza - fácil compreensão

Proximidade – geografia

Consonância - ideias aceites por todos

Surpresa – novidade

Continuidade - seguir um acontecimento

Composição – equilíbrio

valores socioculturais 


 Galtung e Ruge escrevem que “um acontecimento será tanto mais noticiável quanto maior número de valores possuir, embora não seja uma regra absoluta.”

Ou seja, eles admitem que “um único valor pode compensar a inexistência de outros valores”

Gatekeeping


Gatekeeping foi um conceito que surgiu em meados de meados dos anos 50 .Kurt Lewin , foi um dos pioneiros a usar este conceito, ele comparou o gatekeeping , a uma esposa ou mãe a pessoas que decidem qual o menu do jantar.

O Gatekeeper , em comunicação , é a pessoa responsável pela escolha ou bloqueio e a quantidade do que deve ser ou não considerado noticia, é aquele que faz o controle da informação, ou seja, este é um conceito jornalístico usado para a pessoa que faz a filtragem da informação.

As escolhas do Gatekeeper estão também sujeitas a outro tipo de critérios tal como experiencias , atitudes e até a própria actualidade , e que colocam a sua imparcialidade e a própria objectividade da filtragem de informação em questão.

Deixo uma frase que acho que traduz muito bem este modelo :"... o editor do jornal providencia (apesar de poder nunca estar consciente desse facto) que a comunidade oiça como facto somente aqueles acontecimentos que o jornalista, como o representante da sua cultura, acredita serem verdade." de David M. White





Agenda- Setting


"(...)em consequência da ação dos jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que o mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além disso, o público tende aquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflete de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos problemas, às pessoas."
Donald Shaw , 1979 (In: WOLG , 1994)


A origem deste modelo foi na década de 60, por McCombs e Donald Shaw,
eles pressupõem que os meios de comunicação social, têm muito impacto sobre a opinião publica, pois são  um canal  de transmissão de informação, logo  têm um forte poder sobre  o conteúdo dos factos noticiados, na medida  em que há uma selecção das informações  noticiadas.Assim o quotidiano das pessoas é marcado pelos temas que os media consideram importantes de serem passados á sociedade , eles fazem  uma seleção de informação ,o que de certa forma nos leva a crer que  há manipulação do que chega ao publico .Estabelece-se então um “vicio de vontade ” entre os meios de comunicação e a sociedade em geral, ou seja, através do agenda-setting, os media controlam directamente os temas da actualidade e contribuem directamente para a formação de opinião-publica.

Assim o dia-a-dia das pessoas é marcado pelos temas que os media consideram importantes de serem noticiados, no entanto segundo Bernard Cohen: “Os meios de comunicação social  podem  não ter sucesso ao indicarem ás pessoas o que pensar, mas sim em dizer-lhes para ler sobre o assunto em questão… ”(Bernard Cohen (1963) stated: “The press may not be successful much of the time in telling people what to think, but it is stunningly successful in telling its readers what to think about.”)